terça-feira, 15 de maio de 2012

16 milhões de chinesas estão casadas com homossexuais

Segundo os valores tradicionais das famílias chinesas, cerca de 90% dos homossexuais contraem matrimónio, de acordo com o que revelou um estudo publicado pelo portal "China.org.cn". O resultado é que cerca de 16 milhões de chinesas estão casadas com homens gays e que, segundo o sexólogo Zhang Beichuan - da Universidade de Qingdao e autor do livro "Amor homossexual" (1994) – as mulheres que vivem neste tipo de casamento estão mais expostas a contrair o vírus HIV, sofrem de insatisfação sexual e têm que arcar com o ónus de aceitar que os seus maridos são homossexuais e tenham que esconder a sua condição. Páginas de apoio Na China, algumas mulheres afectadas, como Xiao Yao, que se divorciou do seu marido homossexual em 2008, criaram páginas de ajuda como "Terra de Esposas de Gays" (a de Xiao) ou "Esposas de Gays em Acção" para aconselhar e dar apoio às mulheres que se casaram, sem o saber, com homossexuais, e se sentem enganadas. Entre outros, oferecem serviços de apoio jurídicos e psicológicos. As idades das mulheres que consultam a página oscilam entre os vinte (final da vintena) e mais de 60 anos. Algumas mulheres aperceberam-se do engano porque os seus maridos não queriam ter relações sexuais com elas ou porque as deixaram de lado completamente quando tiveram filhas. Muitas das mulheres afectadas apenas descobriram muitos anos depois de casarem-se. Os homossexuais chineses casam-se pela pressão das suas famílias que desejam que vivam uma vida "normal" ou se "reabilitem", segundo o seu ponto de vista, pela pressão social que condena a homossexualidade e para ter filhos. Na China, a homossexualidade era tolerada e aceite até à chegada ao poder do regime comunista. Os homossexuais foram duramente reprimidos, especialmente durante a Revolução Cultural, a partir de 1966. China e a homossexualidade A China não eliminou a homossexualidade da lista de doenças mentais até 2001. A sodomia foi despenalizada em 1997. Anteriormente, o regime comunista perseguiu a homossexualidade, a qual considerava como uma perversão do capitalismo, e as pessoas acusadas de práticas homossexuais eram condenadas a severas penas de prisão, castração forçada ou, inclusive, à pena de morte. O comunismo também promoveu políticas sociais de casamentos obrigatórios e medidas de ostracismo. A actual postura das autoridades chinesas perante a homossexualidade é ambivalente; apesar de não estar proibida tampouco se promulgou nenhuma lei contra a discriminação. Classificou-se a política do governo para a questão com o lema dos "três nãos": não aprovar, não reprovar e não promover. A sociedade chinesa está-se a tornar, nos últimos anos, mais tolerante com a homossexualidade. Uma pesquisa de 2008, realizada pelo sexólogo Li Yinhe, revela que cerca de 91% dos chineses está de acordo com que os homossexuais tenham os mesmos direitos laborais e uns 80% pensa que os heterossexuais e os homossexuais são indivíduos iguais.

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